BEM  E  MAL  (3)

 

 

Novamente o tema "Bem e mal". Desta vez para publicar trechos do capítulo XVI, do "Bhagavad-Gîtâ", uma sagrada escritura hindu, respeitada e venerada por todos os ocidentais que não sofrem de preconceito religioso. A insistência no assunto visa tentar reverter os conceitos errados que temos sobre bondade e maldade e, quiçá, provocar o arrependimento, estopim do processo de purificação espiritual...

No "Bhagavad-Gîtâ" estão registrados os sublimes ensinamentos do Senhor Krishna, revelados a seu querido devoto, Arjuna. Os mesmos ensinamentos, muitos séculos depois, foram proclamados por Jesus Cristo, apenas com palavras diferentes, adequadas ao local, à época e à audiência. Assim sempre é, porque só há uma Verdade e, portanto, os autênticos Mensageiros da Verdade (DEUS) nunca contradizem uns aos outros.

 

"Arjuna, eis os sinais característicos dos homens que andam pelo caminho que conduz à Vida, à Felicidade: pureza de coração, caridade, abnegação, autocontrole, devoção ao Altíssimo, mansidão, amor e compaixão por todos os seres vivos, tranquilidade e firmeza diante das tentações, paciência diante das adversidades. Agora, alguns sinais característicos daqueles que andam por caminhos demoníacos: hipocrisia, orgulho, arrogância, cólera, vaidade.

"Os homens de índole má dizem que, no mundo, não há verdade nem justiça, que tudo é obra do acaso, que a finalidade da vida é gozar os prazeres que ela oferece, e eles vivem de acordo com estas ideias errôneas. Entregam-se a desejos/sonhos insaciáveis e afirmam que este é o maior bem. Entretanto, os prazeres sensoriais os satisfazem por pouco tempo, porque, mal obtêm a satisfação de um desejo realizado, logo nasce em seus corações um novo desejo, ainda mais forte e urgente do que o anterior. São impuros, tais homens, pois pensam que tudo acaba quando ocorre a morte material, e que, portanto, a suprema meta consiste na satisfação de suas vontades, enquanto estão vivos. Aprisionados nas teias do desejo, entregam-se aos prazeres do mundo material (luxúria), à ganância e à avareza; contaminam suas mentes e pervertem a noção de Justiça, procurando acumular riquezas com a finalidade de saciar suas paixões. Dizem eles: 'Hoje isto consegui e, amanhã, aquilo conseguirei, conforme o desejo de meu coração. Isto é meu e aquilo também o será. Distribuirei esmolas publicamente e, assim, se espalhará a minha fama'. Tais homens são enganados pela própria ignorância, confundidos por suas mentes irrequietas, acorrentados a suas paixões, prisioneiros de suas ilusões, e precipitam-se no tenebroso inferno do amor-próprio. Com o intuito de ostentar sua bondade perante o mundo, praticam atos piedosos e formalidades religiosas; mas, seus corações estão distantes das virtudes divinas e voltados para as compensações que alcançarão, neste ou em outros mundos.

"Ó Arjuna, são três as portas do inferno interior: luxúria, ódio e avareza. Delas se afaste, pois, o homem sensato. Quem desvia-se destas portas, entra do caminho da Salvação, da Felicidade. Ao contrário, quem por elas passa, entra no caminho da perdição e dos sofrimentos sem fim".

 

Espero que, como este digitador, agora estejas com a cabeça baixa e o coração apertado, devido ao arrependimento. Se assim for, não desanimes, porque Krishna, Buda, Jesus Cristo, Ramana Maharshi e outros grandes Mestres da humanidade garantem que serão perdoados todos aqueles que, sinceramente, decidirem se esforçar por fazer meia-volta na vida e caminhar na direção do "Bem", ou "Reino de Deus", ou "Salvação", ou "Libertação", ou "Nirvana", ou etc., pois não importa o nome que seja usado para simbolizar a única e verdadeira Meta da Vida...

Encerro com a síntese do incentivo que Krishna e Buda nos deixaram: no início da caminhada espiritual, a Verdade parece amarga, ao contrário da mentira/ilusão de nossas convicções/opiniões, que ainda nos parecem doces e agradáveis. No entanto, aos poucos, com perseverança e fé, a doçura inigualável da Verdade começará a ser percebida e, o sabor da mentira (exatamente a mesma mentira que hoje amamos), será sentido como realmente é, ou seja, mais amargo do que fel...

 

 

 

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22/11/2012

 

 

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