PARÁBOLA DA CASA

 

 

Um homem, por Amor a seus filhos, construiu uma grande casa, onde todos pudessem abrigar-se. Ao final da obra, por humildade, não postou um letreiro na porta de entrada, glorificando o seu próprio nome, e nem lá fez para si o mais suntuoso dos quartos. Ao contrário, preferiu o anonimato e deixou toda a casa para seus queridos filhos, permitindo que eles gozassem dela como melhor lhes aprouvesse.

Vinha ele, todos os dias, para visitá-los e, também, para arrumar e limpar a casa. No entanto, a qualquer hora que chegasse, encontrava a grande maioria dormindo. Os poucos que diariamente o viam zelar, com carinho e desinteresse pessoal, por tão grande habitação, descobriram o verdadeiro sentido de "Amor" e "Bondade" e, por vontade própria, decidiram-se a ser como seu virtuoso pai, embora tivessem consciência das enormes dificuldades que enfrentariam em tal jornada. Os demais filhos, que nunca o viram em ação, perderam a chance de conhecer a Verdade e, por isto, deixaram-se guiar por suas particulares naturezas.

Por compaixão, os irmãos sábios tentavam despertar aqueles que dormiam, fazendo-os compreender que sua casa não era obra do acaso e que, a bondade que eles imaginavam possuir, era muito diferente da Bondade de seu pai, mas nada conseguiam. Ao contrário, ao descobrirem quem foi o construtor, os irmãos ignorantes passaram a criticá-lo abertamente, culpando-o pelos erros/deficiências que achavam haver na casa e, finalmente, resolveram arregaçar as mangas, para consertá-la/melhorá-la. Contudo, a concordância entre eles durou pouco, já que cada um queria que ela ficasse segundo o seu gosto e interesse pessoal... (o que vem depois, já sabemos; não é necessário prosseguir).

Os irmãos sábios permaneciam tranquilos e despertos, com suas mentes sintonizadas no Amor do pai, pois não precisavam preocupar-se com a manutenção da residência, já que este trabalho voluntário ele fazia com boa vontade e perfeição, nunca faltando ao serviço ou estando desatento, sequer para os mínimos detalhes. Enquanto isto, os irmãos ignorantes brigavam, sofriam e cansavam-se por nada, pois sua casa era perfeita em todos os sentidos, apenas eles não enxergavam assim, porque não conheciam o que é a Perfeição, mesmo ela entrando diariamente pela porta da frente...

Este sublime pai, desde sempre e para sempre, continua cuidando da casa que construiu com tanto Amor e ainda pacientemente aguarda encontrar despertos os filhos ignorantes, pois, enquanto dormirem, permanecem mortos para a Verdade e isto ele não deseja para os seus queridos. Quer, sim, que eles finalmente acordem para a Vida, que nenhuma semelhança tem com a 'vida' que penosamente arrastam atrás de si.

 

 

Oh, Senhor! Desperta este filho Teu, para que ele conheça a Tua obra e liberte-se de si mesmo, unicamente por Amor a Ti.

 

20/01/2009

 

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