CRISTÃO DE CORAÇÃO, O DESTEMIDO

 

Qual é o benefício espiritual, de ser batizado como cristão? Por que tanto orgulho, por ser cristão de batismo?

Verdadeiros cristãos temeriam a praga atual, que dizem ser mortal para o corpo, mas que nenhum poder tem sobre a alma?

Autênticos cristãos colocariam, em primeiro lugar, as palavras dos homens e, não, as do Cristo?

Legítimos cristãos prefeririam confiar suas vidas a máscaras e respiradores, do que à Vontade do Poder Maior?

 

Alguns ensinamentos do "Sublime Nazareno", adequados ao momento de pânico mundial:

Não temam o que só pode matar o corpo. Temam, sim, o que pode corromper a alma.

Quem, apesar de seus cuidados/esforços, tem poder para prolongar sua vida por um segundo, sequer?

Nem mesmo um fio de cabelo, de suas cabeças, nasce ou morre sem que seja pela Vontade Divina.

O Pai Celeste sabe o que é melhor para todos. Por que, então, vocês se preocupam com a vida?

Senhor, que seja conforme queres e, não, conforme quero.

Quem perder a vida, por Amor a mim, ganhará a VIDA [Paz].

 

Cristãos de coração não precisam ser lembrados das palavras acima, pois vivem unicamente para elas e morrem por elas, sem vacilar. Exemplos:

1. Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, implorou pela vida no momento da execução de sua sentença de morte?

2. Paulo de Tarso foi picado por uma víbora, em Malta. Por acaso, desesperou-se e implorou por socorro mundano?

3. Francisco de Assis temeu ser contaminado, ao abraçar e beijar piedosamente um leproso?

4. Ramana Maharshi, que não era cristão de batismo, temeu o câncer que matava (e matou) lentamente aquele corpo?

 

Um cristão de coração não tem que ser, necessariamente, cristão de batismo, já que isto é mera formalidade social. Verdadeiros cristãos nem por um segundo temem sofrimentos e morte material, e nem depositam esperança no poder/saber humano. O Cristianismo foi muito bonito e sincero, no início; mas, infelizmente, assim como as demais religiões, afundou-se no mundo e perdeu sua pureza/beleza.

 

Destemor espiritual não é arrogância ou loucura. Vírus e bactérias não assustam os espiritualmente destemidos, cristãos de coração, não porque acreditem ser mais fortes do que as ameaças contra a vida, mas sim porque sabem que estão nas mãos do Todo-Poderoso, que é também Todo-Bondoso. Admitir que existe mal/injustiças, e que estas coisas têm poder sobre nós, significa admitir (conscientemente ou não) que não existe Lei e Ordem universais ("DEUS"). Não adianta rezar todo dia, frequentar missas/cultos, pagar dízimos e, na hora de provar sua fé, sua cristandade, tropeçar nas palavras do Cristo e desmoronar em pânico.

Paulo de Tarso não apavorou-se, quando mordido pela serpente, porque aquela vida, que talvez terminasse em poucos minutos, já não era sua, era do Cristo, e este poderia fazer com ela o que quisesse. Ele sobreviveu ao veneno, não por causa de seu próprio poder ou vontade/ação, mas sim porque estava destinado a sobreviver. O povo que presenciou o "milagre" concluiu que Paulo dispunha de poderes divinos, mas ele recusou a honra e manteve-se firme na humildade. Ele morreu quando tinha que morrer e o mesmo vale para todos os nascidos, independentemente de seus esforços para manterem-se vivos...

Sofrimento e morte são calamidades apenas para nós, os sem-Fé, cristãos de batismo, ignorantes da Justiça/Bondade Divina. Para os com-Fé, que também estão sujeitos a todas as mazelas/tragédias da vida, morte e sofrimento contribuem para a evolução da alma; são, portanto, bênçãos de DEUS.

 

Que sejamos espiritualmente fortes/destemidos e estejamos prontos para perder a vida agora mesmo, se assim for a Vontade Divina ("destino").

 

 

OBS.1: para quem está na jornada rumo ao "Cristianismo do Coração", a sugestão é ser o mais discreto possível, para não ofender/irritar os cristãos de batismo e evitar confrontos. Encenações públicas de fé e desapego espiritual contrariam os ensinamentos do Cristo.

 

OBS.2: no contexto do Novo Testamento, "perder a vida" significa renunciar ao sentimento de posse. Renunciar a uma coisa ou outra não é tão difícil, mas o sentimento de posse continua existindo, por dezenas/centenas de outras coisas. Exemplos: MEU corpo, MINHA vida, MEU carro, MINHA casa, MEU filho, MINHA esposa, MINHAS paixões, MEUS sofrimentos, etc. Quem "perde a vida", pelo Cristo, nenhuma posse atribui a si: tudo é de DEUS, que lhe emprestou e, cedo ou tarde, tomará de volta. E o Senhor é bendito, quando dá ou quando tira, pois sabe o que é melhor para cada um de Seus filhos, em cada fase da Existência. Os que nada têm (e nada desejam ter), nada temem perder, transcenderam angústias e insatisfações, são realmente livres e felizes. Somente estes, cristãos de coração, alcançam Paz na vida. Observemos que, se renunciássemos a todas as posses, isto é: a todos os "meus" e "minhas", não apenas desistiríamos das coisas agradáveis, mas também das desagradáveis que considerávamos serem nossas (sofrimentos, preocupações, doenças, etc.). As posses materiais/mentais, que ainda parecem importantes, já não nos pertenceriam; em contrapartida, mal algum nos afligiria, e isto é o "Reino de Deus", aqui e agora...

 

OBS.3: Livre-arbítrio e destino não podem ser compreendidos por intelecto/racionalismo; assim sendo, é desperdício de tempo discutir sobre eles. O melhor é confiarmos nas palavras Daqueles que Sabem, até estarmos prontos para saber por conta própria, lá no fundo de nossos corações, o que significam e como se relacionam...

 

OBS.4: foi usado o termo "cristão de coração", mas nenhum preconceito existe contra os demais Mensageiros do Altíssimo, como o Senhor Gautama Buda e uns poucos outros, menos conhecidos. Igualmente válido seria usar "budista de coração", etc.

 

 

Senhor: dá-me força e perseverança para, um dia, ser cristão de coração...

 

18/04/2020

 

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