A GRANDE RENÚNCIA

 

 

 

Ó, Pai, Tu que és o Mestre dos Mestres, ensina-me: qual é a Grande Renúncia?

 

Filho meu, escuta com o Coração. A maior de todas as renúncias, aquela que tra-lo-á até Mim, a mais doce e sublime de todas, é a renúncia de si mesmo.

 

Senhor, como renunciar a mim mesmo?

 

Renuncia ao ódio e estarás renunciando a ti mesmo.

Renuncia ao orgulho e estarás renunciando a ti mesmo.

Renuncia à luxúria e estarás renunciando a ti mesmo.

Renuncia aos desejos, prazeres e apegos mundanos.

Renuncia à língua ferina e aos caprichos da mente

Pois, então, estarás no mundo, mas não serás do mundo.

 

Senhor, como um pequenino pode empreender tamanha jornada?

 

Filho, a mais longa das jornadas começa com um pequeno passo.

Que a tua aparente fraqueza seja a tua força.

Caminha em Mim, dia a dia,

E não te voltes para o já caminhado

Nem para o que ainda há de caminhar.

Avança um pouco, dia após dia, de acordo com tuas forças.

E, um dia, a renúncia não mais será necessária.

 

Senhor, como renunciar ao ódio?

 

Renuncia a ele como renuncias a um sapato velho sem mais serventia, um estorvo no armário de calçados.

Renuncia ao ódio por aqueles que te odeiam.

Renuncia ao ódio por aqueles que te caluniam.

Renuncia ao ódio por aqueles que te enganam.

Renuncia ao ódio por aqueles que te ofendem.

Renuncia ao ódio por aqueles que te ferem.

Renuncia ao ódio e estarás pronto para amar a desconhecidos e inimigos assim como amas a teus parentes e amigos. Se amas apenas aqueles que te agradam, o que fazes de mais?

Renuncia ao ódio e estarás pronto para amar a todos os seres vivos, assim como amas a ti mesmo, pois todos estão em Mim. Se dedicares um pensamento piedoso, que seja, a mais pequenina das formas de vida, estarás, também, pensando em Mim.

 

 

  

Por mim, nada posso; mas, por Ti, EU POSSO

 

07/03/2003