PENSAR  EM  DEUS

 

 

Todos os seres humanos realmente espirituais, nos mostram um caminho muito simples para DEUS (Paz e Felicidade eternas), a verdadeira meta da Vida. Eles não se expressam com as mesmas palavras; mas, o ensinamento sempre é exatamente o mesmo: para conhecermos o Altíssimo, precisamos pensar Nele. No entanto, "conhecer" e "pensar" são atividades mentais, e todos os Sábios nos garantem que Ele está muito além da mente, do conhecimento e do pensamento. Como, então, solucionar esta aparente contradição? Estudos, especulações, raciocínios e demais atributos intelectuais também não esclarecerão a questão, caso contrário as pessoas altamente inteligentes/cultas (filósofos, cientistas, doutores, autoridades religiosas) saberiam o que é DEUS. Como colocar em prática o ensinamento "pensar em Deus", se não podemos aprender isto nas faculdades, nas igrejas e nas academias de ioga? Nem em missas, cultos, sermões, cursos, seminários ou palestras?

Se prestarmos atenção nas palavras (ou melhor: no Silêncio) de Bhagavan Ramana Maharshi, podemos comprovar, por conta própria, que começamos a "pensar" em Deus quando deixamos de pensar em nós mesmos e no mundo que nos rodeia, isto é: quando conseguimos parar de pensar. É um processo automático e comprovadamente universal, pois há algo dentro de todos nós que imediatamente aproveita-se do vácuo/tranquilidade mental para, então (e somente então), ir nos ajudando a "conhecer" Deus (ou a retornar para Ele, conforme singelamente descrito na belíssima "Parábola do Filho Pródigo"). Não pensar é vivenciar o Silêncio Interior, o maior esclarecedor de dúvidas, o Mestre dos Mestres. Neste contexto, assim poderia ser reescrito o Salmo 46, da Bíblia: "Silencia-te e saberás o que é DEUS".

Quanto mais tempo investirmos na prática espiritual de não pensar, melhor para nós, mais "perto" estaremos de Deus. Porém, agora pode ocorrer a pergunta: "Como vou cumprir minhas obrigações na vida, sem pensar?". Bem... esta pergunta ainda não sei responder, mas existe o exemplo de vida do próprio Bhagavan Ramana, que mentalmente mantinha-se o tempo todo com (ou em) Deus, e, mesmo assim, executava as tarefas necessárias para a Sua humilde sobrevivência e ainda guiava, amorosamente, os Seus seguidores/devotos. Uma vida simples, com poucas necessidades mundanas, favorece a paz da mente, pois, quanto mais desejos/sonhos, necessidades e apegos egoístas (atividades mentais), o homem alimenta, menos tempo e energia ele tem para "pensar" em Deus...

Uma outra técnica, de "pensar" em Deus, consiste em lembrar/praticar os atributos divinos, atributos que tantas vezes foram exemplificados no mundo, por Sábios e santos. Usando como referência de "Bondade" (ou "Amor", ou "Compaixão"), as vidas dos Mensageiros do Altíssimo, é fácil classificar um pensamento como "bom" ou "mau", para a própria pessoa: quando alguém esquece de si mesmo, e seu coração transborda de Amor por todos os seres vivos, por todo o universo; e seus olhos choram lágrimas de beatitude, então o pensamento é bom, é digno de quem espera, um dia, "conhecer" Deus. Porém, quando o pensamento provoca prazer pessoal (orgulho, preguiça, ganância, luxúria, gula, ódio, etc.), então ele é mau, e o melhor é interrompê-lo imediatamente, voltando a "pensar" em Deus. Isto exige atenção interior, autocontrole e disciplina, virtudes que precisamos exercitar, da mesma forma como exercitamos os músculos do corpo.

Quem consegue sentir compaixão pelo ladrão que acabou de assaltá-lo, ou pelo mosquito que neste momento está pousado em seu braço, alimentando-se com o seu sangue, quem assim sabiamente enfrenta as vicissitudes do mundo, com certeza está "pensando" em Deus...

 

 

Senhor: que esta alma "pense" somente em Ti...

 

08/03/2013

 

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