O SISTEMA

 

  

Filmes americanos como "A Rede" e um outro, mais recente, cujo nome não lembro agora, nos dão uma pequena ideia de como o sistema funciona.

O sistema, que existe há muito mais tempo que a informática e que os referidos filmes, nos escraviza, mantendo-nos sob rigorosa vigilância. Ninguém está acima do sistema e, diante dele, nos curvamos, submissos, desde os mais humildes, até o presidente da maior potência mundial. Nada conseguimos fazer, que não seja do interesse do sistema.

O sistema pisa em nós e lança-nos para lá e para cá, como a bola, durante um jogo de tênis... Após 2 horas em uma fila de banco, exatamente quando chega a nossa vez de ser atendido, o caixa avisa: "Sinto muito, o sistema caiu. Você vai ter que aguardar". O sistema é sempre o culpado, só que nunca é julgado e condenado, porque está acima da lei dos homens.

O sistema nos faz crer que, seguindo-o, seremos independentes e livres. Até vício de fumar já foi vinculado à liberdade, em anúncio de cigarro (não estou julgando se é certo ou errado fumar; mas, com certeza, nenhum vício é libertador, muito pelo contrário). Ouço muita gente por aí vangloriando-se de que é livre, que faz o que quer; porém, a realidade é outra. O cúmulo da ingenuidade é aquela cena do filme "Tommy" (lançado no Brasil em 1975, se não me engano), que revi recentemente, onde o protagonista, miraculosamente curado de cegueira/surdez/mudez, sai correndo feliz e cantando "Eu sou livre, eu sou livre". Na época, adolescente ainda, acreditei...

O sistema todo dia inventa uma novidade, para nos escravizar ainda mais, e proclama que tudo o que reluz, é ouro. No fim do século passado, ele tirou da cartola o telefone celular e promoveu agressiva campanha, para nos convencer de que aquela nova maravilha da tecnologia era indispensável em nossas vidas. Mais uma vez ele venceu e, novamente, nos deixamos enganar. Hoje, a maioria das pessoas que mora nas metrópoles, não consegue viver sem celular. Os pais não ficam tranquilos se, de 15 em 15 minutos, não ligarem para os celulares dos filhos, com o intuito de saber se estão bem. Novos fardos foram acrescidos aos muitos outros que já carregamos, vida afora, para garantir que não fiquemos incomunicáveis nem por um segundo: baterias reservas, acessórios diversos, Kits de primeiros socorros eletrônicos... E os novos fardos não são apenas materiais, atingiram também os costumes: se você estiver conversando com alguém e o celular da pessoa tocar, ela vai interromper o papo, sem constrangimento, para atender o telefone, e você vai ter que esperar, porque a engenhoca tem prioridade absoluta. Celular tocando e sendo atendido em missa, velório, ônibus lotado e sala de aula tornou-se fato corriqueiro/normal. Isto sem falar nos problemas com as operadoras, nos golpes e extorsões que oportunistas tentam aplicar nos infortunados assinantes, nos roubos de aparelhos em plena rua e muitos outros pesadelos. Se analisarmos friamente, vamos perceber que a vida piorou muito, depois da popularização do telefone celular. Estranho é quase ninguém lembrar que, até uns 10 anos atrás, o homem passava muito bem, obrigado, sem ele. As crianças conseguiam sobreviver e tornarem-se adultos; de uma forma ou de outra, as pessoas conseguiam se comunicar e tocar a vida, etc.

O sistema está sempre lançando um carro novo, um programa Windows novo, e nos convence que, o carro e o Windows que compramos há pouco tempo, que ele mesmo afirmou ser o máximo da tecnologia, na verdade não prestam e que, agora sim, o novo carro e o novo Windows são insuperáveis. Novamente acreditamos, quebramos o cofrinho para adquirir as novas maravilhas e, pior ainda, mergulhamos mais fundo na escravidão... Onde isto vai parar?

 

No início do texto, escrevi que ninguém está acima do sistema; mas, esta fraqueza refere-se às pessoas "normais", a esmagadora maioria da humanidade. Há uma minoria de "anormais", que paira lá nas alturas do Reino de Deus, muito além do sistema ("Eu venci o mundo" - O Cristo).

Nós, pessoas comuns, percebemos o poder do sistema (conscientemente ou não) e é a ele que nos referimos quando dizemos: "Isto é assim mesmo, faz parte...". Sonhadores, filósofos, rebeldes, revolucionários e generais tentam derrotá-lo, diplomaticamente ou à força; porém, o sistema sempre vence e continua no trono, governando o mundo com mão de ferro. Apesar de ter consciência dele há um bom tempo, apenas recentemente ocorreu-me que "sistema" é mais um apelido da entidade que chamo de "mente/ego" (ou termos equivalentes), que os Sábios apontam como sendo o único inimigo do homem, não importa o nome usado para identificá-lo. Sendo assim, já nos foi provado e comprovado que é possível vencer o sistema, sem necessidade de nos engajarmos em causas mundanas e, mesmo, sem darmos um passo e um pio, sequer (aliás, as estratégias de guerra ensinadas pelos Vencedores do mundo, são as únicas capazes de derrotá-lo). Depois das tristes conclusões, mencionadas acima, esta é a boa notícia, quando parecia não haver solução para a humanidade...

 

 

Por mim, nada posso; mas, por Ti, EU POSSO.

 

15/06/2007

 

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