O "BIG BANG" NOSSO DE CADA DIA
Se o texto a seguir não te parecer absurdo, ou és devoto(a) do Sábio de Arunáchala, Ramana Maharshi, ou estás pronto(a) para ser.
Cientistas dizem que uma poderosíssima explosão, que chamaram de "big bang", teria dado início ao universo material, em passado prá lá de distante... Quanto de tempo e dinheiro investiram/investem em teorias muito além da compreensão, que nenhuma utilidade tem para o ser humano? Esta e outras teses sobre a criação só servem para aumentar o entulho mental e a vaidade, pensamentos e emoções que, analisados imparcialmente, infernizam nossas vidas.
A solução, então, é esquecermos os eruditos/doutores e voltarmos a atenção para aqueles que realmente amam a humanidade, que se dedicam à Paz Universal. Estes aprendem diretamente com a Sabedoria Divina e não necessitam de diplomas e títulos mundanos.
Sempre tive tendências mentais direcionadas para a análise científica e, lamento, os mistérios cósmicos ainda conseguem me fascinar; felizmente, porém, o destino guiou-me para Ramana Maharshi, cujo poder divino nos leva a perceber o grande fardo intelectual/sensorial que carregamos, cujo simples olhar acalma as almas e enche de Paz os corações daqueles que Nele sinceramente acreditam/confiam.
Ramana diz que os verdadeiros buscadores espirituais não devem desperdiçar um segundo, sequer, pensando/discutindo sobre a criação material, pois o único conhecimento digno de esforço é o de nossa real natureza interior ("Espírito"). Quem conhecer a si mesmo automaticamente conhecerá tudo, inclusive a Criação, assim garante o Sábio, que alcançou a meta da vida e, portanto, obteve autoridade divina para guiar os que ainda estão no caminho.
Há um outro "big bang", menos espetacular do que o citado acima, mas intimamente conhecido por cada um de nós: o despertar do sono, quando, instantaneamente, é criado todo este universo material, em fantástica e silenciosa explosão mental, muito maior do que aquela sugerida pela ciência dos homens. Acordar do sono noturno é o "big bang" nosso, de cada dia.
Durante o sono, nada percebemos deste universo material e, segundo Ramana, o que realmente existe nunca deixa de ser percebido. Então, o universo deixa de existir, durante o sono, e volta a existir, quando acordamos. A aparente continuidade do universo, enquanto dormimos, não passa de mais uma ilusão mental ("maya"). Ainda segundo Ramana, se o universo material tivesse existência contínua, obrigatoriamente teria que ser percebido por quem está dormindo. O que é Real nunca desaparece, está sempre presente, é sempre perceptível, quer estejamos acordados, dormindo (sem sonhar) ou sonhando.
Cientistas também dizem que o universo material vai acabar, em futuro longínquo. Na verdade, porém, ele acaba sempre que entramos no estado de sono. Quando dormimos, desaparece o universo, o "fulano de tal" que imaginamos ser... tudo, enfim.
Os familiares processos mentais repetem-se, diariamente: criação material ("big bang") ao despertar; dissolução universal, ao dormir. Por que, então, tanto fascínio pelo "big bang" dos cientistas?
O universo, neste nível de consciência (material), está sujeito à mesma "maya" que cria o universo-sonho, o qual nasce instantaneamente, quando o sonho começa, e é reduzido a nada, também instantaneamente, quando o sonho termina. Tal ilusão é tão poderosa, que o sonhador só percebe a irrealidade do sonho quando retorna à "realidade" na qual estamos agora. Portanto, a experiência do sonho deve ser usada como referência, para avaliarmos quão real é o mundo/universo que nos rodeia.
Observemos que, durante o sonho, não desconfiamos de que todo o universo-sonho foi criado instantaneamente, pronto para o uso do sonhador; ao contrário, talvez no sonho apareçam cientistas discutindo sobre "big bang-sonho" e outras teorias de criação, e especulando sobre a expansão gradual daquele universo durante bilhões e bilhões de anos, exatamente como acontece neste mundo material. Talvez os cientistas-sonhos consigam entusiasmar o sonhador com suas teorias absurdas e este acabe acreditando que uma delas é verdade...
Quando acordamos, porém, percebemos que "maya" nos fez de bobos, nos enganou facilmente, fazendo-nos acreditar que verdades-sonho eram verdades, que ilusões eram realidades. E do mesmo engano não estaremos sendo vítimas, agora mesmo?
Julgar a realidade deste universo material sem que a Consciência esteja acima dele, não resulta em julgamento imparcial. Somente os Sábios podem fazê-lo, pois, embora Seus corpos estejam aqui no mundo, Suas mentes pairam nas alturas do "Reino de Deus" ou "Nirvana". Apenas quem consegue, durante o sonho, identificar que aquilo é apenas um sonho, está apto para avaliar o grau de realidade de tudo isto que percebemos à nossa volta.
OBS.1: O objeto conhecível (o universo material, com "big bang" e tudo o mais) está contido no conhecimento e, este, forçosamente está contido no conhecedor (a mente, em modo intelectual). Portanto, a mente, conforme ensina Ramana, é muitíssimo maior do que todos os possíveis universos, juntos. Lembra-te do universo-sonho, tão "infinito" e sólido (durante o sonho) quanto o universo material que percebemos agora; no entanto, aquele universo, indiscutivelmente real no decurso do sonho, estava, todo ele, contido na mente do sonhador: nada Real era...
OBS.2: Filosoficamente, a Unicidade/Unidade ("Advaita") não admite percepção/conhecimento, que envolvem a dualidade de um que percebe/conhece e de outro, que é percebido/conhecido: assim explica Ramana. Contudo, como quem escreve e como quem lê ainda não alcançaram a VERDADE ("DEUS"), este mundo de ilusões continua sendo a nossa realidade. Os Sábios compassivos usam termos dualistas para que nós, ainda espiritualmente ignorantes, tenhamos chance de compreender um pouco do que estão tentando nos ensinar...
28/11/2024
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