PARÁBOLA DA LÂMPADA (JOÃO & MARIA)
(Se tua Luz Interior está em trevas, quão grande são estas trevas! - Mateus, 6.23)
(Quem perder a vida, por Mim, ganhará a VIDA - Mateus, 16.25)
Suponhamos um abajur, provido de potente lâmpada, mas totalmente coberto por uma manta negra, tão espessa que nenhuma luz a atravessa.
Se tal manta for retirada, imediatamente a escuridão desaparece, todo o ambiente é iluminado.
A manta negra é a consciência-ego, aquela limitação que diz: "sou João de tal" ou "sou Maria de tal"; aquilo que se identifica com determinado corpo físico e com um conjunto de pensamentos/emoções/sensações. Nos Evangelhos do Novo Testamento, a consciência-ego é chamada de "o adversário".
A lâmpada é a Consciência-DEUS, latente em todos os corações (O Reino de Deus está dentro de vós - Lucas, 17.21), a qual não se identifica com João ou com Maria, pois é universal/impessoal.
Se a consciência-ego for retirada, isto é: se, voluntariamente, deixarmos de nos identificar com João/Maria e seu tenebroso séquito de paixões/aversões, a Consciência-DEUS brilhará em nós: assim ensina a Sabedoria Sagrada.
Como, porém, João poderá não identificar-se com (ou libertar-se de) João? Maria poderá não identificar-se com (ou libertar-se de) Maria? Segundo o Sábio de Arunáchala, Ramana Maharshi, isto é impossível, pois entrar em confronto com o ego apenas vai fortalecê-lo mais e mais (Não resistais ao mal - Mateus, 5.39). Então, não há esperança para quem busca a evolução espiritual? Segundo Ramana, há sim: tudo o que precisamos fazer é aquietar a mente, nada mais é preciso aprender ou praticar. Exercitar a quietude mental, é todo o esforço necessário para alcançar a LUZ-PAZ (Aquieta-te e saberás o que é DEUS - Salmos, 46.10).
Por que abandonar a identidade que tanto amamos ("perder a vida") e substituí-la por algo desconhecido ("ganhar a VIDA")? A resposta está na história: nunca, desde o início dos tempos, houve um arrependimento sequer por esta troca; ao contrário, as almas que são LUZ, que conseguem elevar suas Consciências às alturas do "Reino de Deus" ("Nirvana"), de lá não querem mais sair: vivem no mundo; mas, não são do mundo (Eu venci o mundo - João, 16.33).
A ilusão de que mente calma/quieta significa vida vegetativa, sem sentido, é um obstáculo intransponível e, portanto, deve ser abandonada. Ou confiamos incondicionalmente nos Sábios, os quais alcançaram a meta da existência e têm autoridade para guiar a humanidade, ou continuamos nossas vidas sem sentido na ego-escuridão, vidas essas que o Senhor Jesus chama de morte espiritual (Que os [espiritualmente] mortos enterrem seus [fisicamente] mortos - Mateus, 8.22).
Os cristãos radicais, que consideram ser Jesus o único que alcançou a Sabedoria Divina, o único que "venceu o mundo", que, então, acreditem Nele e sigam Seu exemplo de vida. O sincero Amor por Jesus é provado, tão somente, "perdendo a vida" espontaneamente...
13/12/2024
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